Viviani Leite, 31 anos, virginiana, nascida e criada nas margens do rio paraíba, na rua da feira de quinta feira em Santana, São José dos Campos. Atualmente morando no centro de São Paulo. As imagens aqui mostradas são feitas do meu celular, pelos caminhos e histórias que ando fazendo pelos meus dias. PERCURSOS E IMPRESSÕES.

08 outubro 2007

Estrangeira

Eu sou estrangeira de mim mesma. Alma cerrada, vagando por esse espaço sem encontrar uma terra que pertença, sem encontrar um pertence nessa terra...Estrangeira que sou, ando assim pelas estradas noturnas, procurando abrigo, colo, abraços, conversas, observando o mundo. Paralelos.Eu como estrangeira de uma terra sem fim, vivo procurando algo que me faça sentir a vida como brasa. Quente e forte. Potente, fortaleza!Me sinto assim sem lugar no mundo, encontrando corpos cheios de vontade e vida. Pessoas especiais que participam de mim, que emanam de mim, que me encantam, e derramam um bálsamo de querer-bem-estar-contigo-agora-e-sempre.Eu, eu mesma! Estrangeira com porto definido pelo porto seguro de tuas mãos em meus cabelos em noite de lua cheia, em noites de lua vaga. Estrangeira que sou me sinto bem assim, com você dentro de mim!Estrangeira que sou, me sinto livre pra não ser de lugar algum. Me sinto livre pra ser de algum lugar por algum tempo. O meu passaporte é a lembrança que carrego da vida. Memória de minha pele.Não pertenço ao mundo, ele é que me pertence. Eu não sou estrangeira do mundo, sou estrangeira de mim mesma. As vezes não me (re)conheço, olho através de mim, e não sou eu que estou por aqui.As vezes me perco.Me perco querendo me encontrar, é verdade, mas perdida fico entre vagar por entre nuvens e brisa e vento e chuva, até mesmo tempestade! E me achar no meio desse clima insólito e lento é difícil e árduo e gostoso e breve momento...Eu, estrangeira vivo a recortar momentos pra colar no fio que se forma minha vida faminta e cheia de desejos, consternação, indignação, paixão e vontade de me perder novamente, pra poder me encontrar comigo mesma. Paradoxo!Eu estrangeira de mim, me largo, me solto, me perco. Não procuro respostas, apenas quero ser assim mesma, sem fronteiras, sem porto, nem milagres...apenas SER...Interno, íntimo...EU

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